No Brasil, tem crescido a demanda por "hackers do bem" ou "hackers éticos", que ajudam a recuperar contas roubadas no Instagram, em meio ao aumento de relatos de golpes via contas hackeadas. Estes profissionais não "hackeiam" no sentido tradicional; em vez disso, eles são especializados em otimizar o processo de recuperação com o suporte do Instagram.
Um grande problema é que muitas vítimas encontram os guias de recuperação do Instagram vagos e complicados. Os hackers éticos auxiliam essas vítimas a evitar erros comuns que complicam o processo de recuperação. Por exemplo, muitas vítimas excluem o aplicativo após serem hackeadas, dificultando a verificação de sua identidade. Os hackers éticos também ajudam a preencher corretamente o formulário de recuperação, escolhendo as opções corretas e garantindo que a vítima entenda todo o processo.
Apesar das diretrizes do Instagram recomendarem que os usuários relatem os hacks diretamente na plataforma, muitos encontram problemas com este método. O resultado é um crescente mercado para esses hackers éticos. Alguns até afirmam ter contatos dentro da Meta para acelerar a recuperação, embora essa afirmação não tenha sido verificada.
Por outro lado, a legislação de proteção ao consumidor no Brasil fornece uma solução gratuita. Procon, a agência de defesa do consumidor, exige que as empresas respondam a uma reclamação do cliente em até 10 dias. Uma usuária, Rafaella Torneri, conseguiu recuperar sua conta em dois dias usando este método e não pagou nada.
No entanto, apesar de muitos brasileiros estarem cientes de seus direitos, poucos usam o processo do Procon. A demanda por hackers éticos continua alta, e muitos têm lucrado significativamente com seus serviços.
Em resumo, o aumento dos hacks de contas do Instagram no Brasil levou ao surgimento de uma indústria de hackers éticos, que ajudam as vítimas a recuperar suas contas, muitas vezes com mais eficiência do que os canais oficiais.
Com informações - Rest of the World - https://restofworld.org/2023/hacked-instagram-account-recovery-ethical-hackers/
Este artigo foi originalmente publicado pelo Rest of World, um newsroom sem fins lucrativos que cobre o impacto da tecnologia fora do Ocidente - Autoras - DANIELA DIB e MARÍLIA MARASCIULO.